domingo, 4 de agosto de 2013

Persistência e superação: nosso relato de amamentação #SMAM 2013

  
Do dia 1º ao dia 7 de agosto acontece a SMAM 2013, Semana Mundial da Amamentação, e o Tinha uma Mãe Dentro de Mim não poderia ficar de fora.
  Eu sempre soube que ia amamentar, um pouco porque tinha guardado na mente as mensagens de campanhas do governo (quem disse que eles nunca acertam?) e sabia que fazia bem pra saúde do bebê, e um muito porque em casa sempre ouvi que eu e meu irmão havíamos mamado até quase dois anos e isso simplesmente me parecia o natural, mas quando a Nina nasceu, as coisas não foram tão simples quanto pareciam na minha cabeça.
  Até por achar que aconteceria naturalmente, não fui muito atrás de informações sobre amamentação durante a gravidez e, quando a pequena nasceu, eu a colocava no peito e ela nada de mamar. E o pouco que ameaçava sugar, gerava uma dor que eu não estava esperando... Isso seguiu acontecendo pelos três dias que passei na maternidade gerando um início de pânico na mamãe aqui. As enfermeiras, sempre muito atenciosas, iam até o quarto me orientar, ensinaram como deveria ser a posição da boquinha, a acordar a bebê enquanto estivesse no peito (coisa que hoje eu não faria, quer dormir deixa, pô, se quisesse mamar acordava!) mas a menininha nada. Depois elas mesmas me tranquilizaram dizendo que se ela não mamava era porque não tinha fome ainda, deve ter nascido cheia de reservas nutricionais de tanto que eu comi na gravidez. rsrs O meu obstetra passou o spray de nariz para o leite descer e fomos nós pra casa, insegurança rolando solta, cheia de dor por causa da cesárea e já usando os mamilos de silicone para proteger os bicos dos quais eu seria dependente por algum tempo.
  Eis que ao chegar em casa, a mocinha desencantou e passou a mamar com voracidade, porém.... Eu era uma infeliz portadora de mamilos invertidos, que nunca me haviam incomodado até aquele nutritivo momento, e agora doía muito, mas muito, dar mamá pra minha filha.
  Passei a bendita pomada importada maravilhosa, e nada. Em vez da bela cena que havia imaginado, a amamentação tornou-se um martírio. Aos prantos procurei meu obstetra dizendo que não aguentava de dor e ele receitou Nebacetin, mas a bebê não podia entrar em contato com a pomada, então eu precisava limpar com soro e usar os bicos de silicone antes das mamadas... Também descobri a maravilhosa concha que faz os bicos saltarem, que eu gostaria com todas as forças que me tivesse sido apresentada durante a gravidez... Mesmo assim demorou o que pareceu uma vida para os mamilos cicatrizarem e eu me tornar uma expert na arte. Chegou a sangrar, uma única vez, enquanto ela mamava. Foram muitas noites chorando diante dos olhos compadecidos do meu parceiro, que não sabia o que fazer pra ajudar além de acordar num pulo pra procurar o danado do bico transparente, que sempre sumia na hora que a bebê acordava querendo mamar, e trazer muitas garrafas de água.
Quando ela fez 2 meses é que a dor passou a ser apenas um incômodo e depois menos que isso, até ficar tão distante que hoje eu até tive dificuldade de escrever este texto porque já nem me lembrava muito bem.
Apesar de todos os obstáculos do início, eu nunca pensei em desistir, porque tive o apoio da minha família, mas poderia ter passado por isso com mais tranquilidade se tivesse na época a rede de contatos maternos que tenho hoje, para dividir a angústia e aprender a lidar com as dificuldades.
  Por toda esta experiência hoje faço questão de amamentar prolongadamente, para o bem da minha filha, porque eu me esforcei e me superei para ser nutriz, porque é parte do meu lado bicho que cresceu com a maternidade e porque cada olhar que recebo da Nina nesses momentos tão íntimos e plenos de amor é um tesouro só meu, um segredo tão nosso que nem posso explicar.